Uma criança “admitiu” assassinar seu marido de 35 anos com veneno de rato. A confissão se deu após ela assinar, através de sua impressão digital, uma confissão, já que não sabia ler.
Os promotores estão buscando a pena de morte para Wasila Tasi’u, de 14 anos, cujo agricultor e marido, Umar Sani, foi encontrado morto poucos dias depois de se casar com ela, em abril deste ano.
Se for considerada culpada, a menina, que é de uma família muçulmana pobre e profundamente conservadora, poderá se tornar a primeira criança na Nigéria a ser executada depois de 18 anos.
Ativistas dos direitos humanos manifestaram indignação com o tratamento à criança, dizendo que ela deve ser vista como uma vítima de abuso. Mas, de acordo com as leis do estado da acusada, 14 anos é uma idade normal para se casar.
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Apesar de ser incapaz de ler o documento que a acusava, ela assinou com sua impressão digital, a papelada no tribunal.
Uma das testemunhas de acusação foi à segunda esposa do agricultor, que contou como sua outra mulher preparou o jantar antes de ir para a cama com ele.
O tribunal ouviu também que a vítima havia se casado anteriormente na aldeia de Unguwar Yansoro, que fica em uma região onde a poligamia é generalizada.
Hussaina Ibrahim, da Federação Internacional de Mulheres Juristas (FIDA), que representa a adolescente, disse: “Somos contra o julgamento. Todo o processo viola os seus direitos
fundamentais. A Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança diz que ela deveria estar na escola.”
A Nigéria não executa uma criança desde 1997, quando o país era governado pelo ditador militar Sani Abacha.
O julgamento do caso foi adiado para fevereiro.
Fonte: Daily Mail